sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Engenharia social midiática: A inversão de valores a fim de manipular a opinião pública

Nessa última semana (19/09), encontrei-me em um feroz debate que tinha como tema os quilombolas. Tema este delicado, por se tratar de algo quão recente na história do nosso país: a escravidão. Por mais que se façamos entender, superficialmente, do significado da palavra quilombola, é necessário conhecer a denotação do termo. Compreende-lo é voltar ao passado, se espreitando através das arestas do tempo, e observar o quão estúpidos fomos em escravizar seres humanos a nosso bel-prazer. Hoje não me coloco como o filósofo desse blog, mas como um cidadão comum, sem distinção, assim como você leitor anônimo.
Folha de São Paulo destorceu, de forma duvidosa, a
questão dos quilombolas de 
Porto Alegre/RS.
(Foto: Sul21)
Depreender midiaticamente a intenção dos veículos de comunicação desse país, é uma algoz tarefa. O jornal Folha de São Paulo, no dia 16 de setembro de 2013, na edição imprensa e eletrônica, noticiou que uma das regiões mais nobres da cidade de Porto Alegre/RS havia sido reconhecida como antiga área quilombola. Entretanto, a nota depreciava a decisão, argumentando, mediante a um ponto de vista feroz e questionável, a idoneidade do reconhecimento daquelas terras. No entendimento do jornal, haveriam famílias que já estariam morando na área, indicando futuros despejos dos atuais moradores. No primeiro momento, que este que vós escreve leu a matéria, instantaneamente, um certo despeito a decisão tomou conta da minha mente. Coloquei-me no lugar das supostas famílias que teriam suas áreas adquiridas pelo governo. E comecei a alimentar um imenso ressentimento que mesclavam com momentos de desconsideração e devassidão. Isso mesmo, tudo que eu havia conhecido como ética na minha límpida visão "paladina", havia se tornado uma obscura cortina de preconceitos aos princípios da moralidade do próximo. Essa minha opinião não só saiu do meu intimo, como partiu para um acalorado debate com pessoas próximas a mim. Mediante a esse debate, com informações plausíveis e fundamentadas, aprendi que até mesmo o melhor dos jornais pode ter profissionais de caráter maquiavélico. A informação dos quilombolas do bairro nobre de Porto Alegre era tão equivocada, que chegou ao extremo de tapar-me de nojo. A noticia verdadeira falava de famílias quilombolas que estavam instaladas a gerações no local. Elas estavam apenas aguardando uma decisão judicial de reconhecimento do local como área quilombola.
Muitos desinformados, inclusive eu, foram enganados pelo sensacionalismo. Contudo, ainda existem aqueles leitores que desconhecem o outro lado da história. Essa diferente forma de fazer notícia é esquematizada por uma nova engenharia social midiática. Esse raciocínio esta muito presente principalmente na crônica esportiva, mas confesso que foi a primeira vez que vejo, esse conceito, em um tema social. Qual seria a verdadeira intenção do jornalista por trás desse climax?


Prefiro não colocar o link da reportagem da Folha, contudo vou disponibilizar a matéria que retrata o tema sem alarde  e discrepância:

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