sexta-feira, 30 de agosto de 2013

No Rio Grande é assim: Tudo é tratado de forma tendenciosa.

Antes de mais nada é importante este filosofo esclarecer, de forma límpida, a termologia utilizada no título dessa resenha. O que você, vivente, entende por "tendencioso"? Se formos buscar o significado, da cuja expressão, no dicionário Aurélio, veremos descrito algo do tipo malévolo cujo propósito é agravar ou prejudicar o próximo. Dessa forma podemos começar a minha análise critica quanto ao fato que será comentado a seguir.
Torcedor ficou ferido nos olhos durante confusão nas
 
imediações da Arena do Grêmio.

Na última quarta-feira, na cidade de Porto Alegre/RS, houve o segundo jogo das oitavas de finais entre Grêmio e Santos, valido pela Copa do Brasil 2013. Os entendedores de futebol saberão que o placar final foi de 2 x 0 para o tricolor gaúcho, com todos os méritos, classificado para a próxima fase da competição. Porém, um triste episódio manchou esse grande jogo. Pouco antes do início da partida um grupo de torcedores da equipe gaúcha, conhecida como Geral, estavam reunidos em frente a um bar localizado na avenida Voluntários da Pátria. O local onde o grupo encontrava-se ficava cerca de 300m da nova Arena Grêmio. Conforme relatos de torcedores e imprensa, uma viatura da Brigada Militar (BM), querendo passar pela via, tentou abrir espaço em meio a massa. Entretanto, visivelmente impacientes, os brigadianos saíram da viatura e partiram para a violência, sem nenhum tipo de entendimento por meio de dialogo com o grupo. Foram feitos diversos disparos, com balas de borracha, em direção aos torcedores. Devido a atitude irresponsável da BM, um torcedor que se dirigia ao jogo, que não tinha nada haver com o ocorrido (testemunhas garantem que em nenhum momento o torcedor se envolveu no tumulto.), foi atingido por pelo menos duas balas de borrachas nos olhos. Os ferimentos são graves, e o cujo torcedor corre risco de ficar cego.
A seguir segue o comentário do Comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar, unidade que atuou no confronto, o tenente-coronel Eduardo Biacchi: — Muitas vezes, as coisas podem parecer que ocorreram de uma forma, mas ocorreram de outra. Precisamos ouvir a perícia, precisamos confirmar se o tiro partiu, de fato, da arma de um dos nossos PMs e se foi disparado realmente no entorno da Arena — diz o tenente-coronel.
Ora, quer dizer que a população anda armada, na cidade, com balas de borracha?
É extremamente reprovável o comportamento da BM, assim como o comentário infeliz do Sr. tenente-coronel Eduardo Biacchi. Me preocupa muito quando a força e a violência se sobressaem ao diálogo e o bom senso. É revoltante ver um órgão como a brigada, conhecida historicamente pelos seus excepcionais serviços a comunidade gaúcha e brasileira, em total despreparo psicológico, truculentamente agredindo enquanto o que devia era evitar a violência. No entanto o que se viu foi exatamente o contrario, a BM acirrou ainda mais os ânimos e agrediu covardemente aqueles que deveriam estar guarnecendo. Isso não é agir preventivamente e sim provocativamente, (vide episódio com o torcedor conhecido como gaúcho da Geral). Existem também declarações polêmicas  do batalhão, que afirma que o patrulhamento, em estádios, não deve ser feito pelo órgão. Ora, não querer trabalhar em estádios de futebol não significa descarregar toda sua raiva e contrariedade, em torcedores que vão assistir a esse espetáculo. Eis ai um dos motivos que  causa insegurança em muitos torcedores que não se permitem ir aos estádio de futebol, afastando cada dia mais apreciadores desse grandioso esporte. 
No Estatuto do Torcedor, capítulo 4, artigo 13, diz: "O torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas.". Ainda neste mesmo capítulo, o artigo 14, parágrafo 1, complementa: "Solicitar ao Poder Público competente a presença de agentes públicos de segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de eventos esportivos.". O estatuto é claro quando o tema é segurança, tanto dentro quanto na imediações do evento, feita por "agentes do poder publico", ou seja, pelo batalhão militar da região do evento.
É triste como a BM trata os torcedores que vão aos estádios aqui no sul, igualando-os na sua totalidade como MARGINAIS. O despreparo exposto por eles, quando o tema é futebol, é algo que merece ser estudado, de forma aprofundada, pelos mais competentes psiquiatras da área. Sabe-se que há marginais misturados entre os torcedores, algo normal em meio a grandes aglomerações populares, (vide as ondas de protestos no país), mas isso não é motivo de alinhavar ao mesmo nível todos que vão ao estádio para apreciar um bom futebol.

Espaço da torcida gremista, na nova Arena, ficou interditado por cerca de 3 meses
pela BM e bombeiros. Enquanto arquibancadas envergadas, no estádio do Vale, fo-
ram liberadas pelos mesmos órgãos de segurança. Atitude tendenciosa? 
Ultimamente a torcida gremista vem acusando os órgãos de segurança pública do estado de estarem sendo tendenciosos quando o tema é futebol. Prefiro não acreditar nessa hipótese, mas quando presenciamos liberações irrisórias como as arquibancadas móveis do Estádio do Vale (imagem), onde o arquirrival Internacional vem mandando seus jogos, nos obrigam a acreditar que dentro do poder público a paixão, de seus administradores, sobrepõe-e aos deveres constitucionais da população. É lamentável ainda presenciarmos episódios irresponsáveis com tais. Até onde a violência e incoerência descabida continuara no sangue desses senhores? Talvez no dia em que vidas se forem!    

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