sexta-feira, 22 de julho de 2011

Uma nova realidade no futebol brasileiro? Patrocínios fortalecem os cofres dos clubes nacionais.

Maiores receitas de patrocínio/ publicidade do futebol brasileiro no ano de 2010
Não consigo entender como os clubes de futebol ainda não possuem ações na bolsa de valores. Um estudo feito pelo consultor Amir Somoggi destaca que as receitas com patrocínio no futebol brasileiro atingiu valores astronômicos. No ano de 2009 adentraram R$ 566 milhões nos cofres das já defasadas equipes brasileiras. Crescimento de 274% nos últimos oitos anos. Porém, boa parte deste valor foi absorvida pela instituição (ou anarquia) CBF. 
Em uma projeção publicada para o ano de 2010, as equipes vislumbravam valores próximos de R$ 570 milhões na sua totalidade. Mas considerando apenas valores provenientes a cotas de patrocínio e investimento, os clubes geram uma receita de R$ 372 milhões. Esse resultado representa um acréscimo de faturamento de 424% nos últimos oito anos. Em 2010, os recursos com patrocínio e publicidade representaram 17% do total gerado pelos clubes, frente à representatividade de 14% de 2009 e 9% de 2003. Destes R$ 372 milhões, 52% representam a fatia que a CBF, na figura de Ricardo Teixeira, absorveu em receitas com seus patrocinadores.
Quando analisados os valores dos contratos de patrocínio da CBF fica claro, que é sem dúvida a entidade esportiva que mais gera recursos com patrocínios no Brasil. Este filósofo pode até se atrever a dizer que é uma das confederações que mais lucra no planeta. Só os contratos master’s assinados com a Nike, Itaú, Vivo e Ambev produziram R$ 148 milhões. Este valor pode ser elevado considerando os patrocinadores comerciais Seara, Volkswagen e Nestlé.
Esta representatividade grotesca mostra a real desproporcionalidade entre CBF e os já quebrados clubes brasileiros. Enquanto a entidade maior do futebol deslumbra de valores grandiosos, as equipes brasileiras, mesmo gerando grandes receitas, continuam a endividar-se. É o mesmo que equiparar grandes impérios, da idade média, erguidos em meio à pobreza e fome. Talvez eu possa até estar dizendo uma inverdade, visto a mania de grandeza de certos clubes que de forma insegura e despreparada gastam suas receitas de maneira indevida. Mas o fato é que o nosso futebol brasileiro poderia estar melhor preparado e estruturado visto os valores que circulam neste mercado. É a mania do brasileiro gastar completamente o que tem e depois reclamar o porquê perdeu tudo. A verdade é que ainda não estamos preparados para a realidade financeira dos dias de hoje.

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