Nessa última semana (19/09), encontrei-me em um feroz debate
que tinha como tema os quilombolas. Tema este delicado, por se tratar de algo
quão recente na história do nosso país: a escravidão. Por mais que se façamos
entender, superficialmente, do significado da palavra quilombola, é necessário conhecer
a denotação do termo. Compreende-lo é voltar ao passado, se espreitando através
das arestas do tempo, e observar o quão estúpidos fomos em escravizar seres
humanos a nosso bel-prazer. Hoje não me coloco como o filósofo desse blog, mas
como um cidadão comum, sem distinção, assim como você leitor anônimo.
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Folha de São Paulo destorceu, de forma duvidosa, a
questão dos quilombolas de Porto Alegre/RS. (Foto: Sul21) |
Depreender midiaticamente a intenção dos veículos de
comunicação desse país, é uma algoz tarefa. O jornal Folha de São Paulo, no dia
16 de setembro de 2013, na edição imprensa e eletrônica, noticiou que uma das
regiões mais nobres da cidade de Porto Alegre/RS havia sido reconhecida como antiga
área quilombola. Entretanto, a nota depreciava a decisão, argumentando,
mediante a um ponto de vista feroz e questionável, a idoneidade do
reconhecimento daquelas terras. No entendimento do jornal, haveriam famílias que
já estariam morando na área, indicando futuros despejos dos atuais moradores.
No primeiro momento, que este que vós escreve leu a matéria, instantaneamente, um
certo despeito a decisão tomou conta da minha mente. Coloquei-me no lugar das supostas
famílias que teriam suas áreas adquiridas pelo governo. E comecei a alimentar um
imenso ressentimento que mesclavam com momentos de desconsideração e devassidão.
Isso mesmo, tudo que eu havia conhecido como ética na minha límpida visão "paladina",
havia se tornado uma obscura cortina de preconceitos aos princípios da moralidade
do próximo. Essa minha opinião não só saiu do meu intimo, como partiu para um acalorado
debate com pessoas próximas a mim. Mediante a esse debate, com informações plausíveis
e fundamentadas, aprendi que até mesmo o melhor dos jornais pode ter profissionais
de caráter maquiavélico. A informação dos quilombolas do bairro nobre de Porto Alegre
era tão equivocada, que chegou ao extremo de tapar-me de nojo. A noticia verdadeira
falava de famílias quilombolas que estavam instaladas a gerações no local. Elas
estavam apenas aguardando uma decisão judicial de reconhecimento do local como área
quilombola.
Muitos desinformados, inclusive eu, foram enganados pelo sensacionalismo.
Contudo, ainda existem aqueles leitores que desconhecem o outro lado da
história. Essa diferente forma de fazer notícia é esquematizada por uma nova
engenharia social midiática. Esse raciocínio esta muito presente principalmente
na crônica esportiva, mas confesso que foi a primeira vez que vejo, esse
conceito, em um tema social. Qual seria a verdadeira intenção do jornalista por
trás desse climax?
Prefiro não colocar o link da reportagem da Folha, contudo
vou disponibilizar a matéria que retrata o tema sem alarde e discrepância: